martes, 11 de agosto de 2009

Galaxia

...a forma da substância se torna recorrente no líquido do copo... já há nada que se possa fazer..as iguanas se deitaram a dormir sobre camas de papoulas... e eu me privo de abrir a gruta das emoções... mantenho a meu lado... mantenho a meu lado ao diabo por se o pacto com o êmbolo falha sem remissão...ela me olha ...me sorri..com esses lábios de Salma...com esse corpo de galáxia infinita que pertence a outro... todo um universo de animais de cabeça diminuta se arrasta baixo meus pés.. são as reses que dançam no telhado do matadouro...são os enxames de moedas que me recordam meus dolorosos erros nas camas desfeitas por seres de sexo indefinido ... mais sua galáxia infinita me enfrenta ao espelho de meu corpo...minha paisagem de braços de vespas ... meu afogado rosto de flor de pedra... este oco que é minha vida que se recheia com sêmen desperdiçado em buracos inexoráveis... há um silêncio escabroso na cozinha do malvado...o gancho que pendura ao teto é uma prazenteira lembrança de penetrações andróginas... nunca fui eu o que estive ali... eram minhas gotas de suor alcoolização as que riam como uma nuvem de rosas.. mas é em tua galáxia infinita onde o homem deixa crescer seu cabelo...onde o homem é homem e é um aprendiz de tua beleza... as polias de agulhas cerceiam as memórias...o mercúrio do teu ombro queima minhas coxas e grito enchendo as paredes de vida... lamberei em meu sonho o tempo roubado a teu tempo prestado...mas o esforço devora as três velhas que me rondam... que me arrancam pouco a pouco o coração, a alma, e o corpo… és vida como outras que dantes o foram e morreram a mãos dos grupos de assassinos... homens que se amontoam em carros cheios de fumaça e que esperam a hora de fechamento... estou tão longe deles... estou tão perto da tua galáxia que me queimo e ardo numa mistura de fluxo e esperma corrupto ... mas é só o sonho de uma mão cortada com sanha antes de começar a desfrutar de sua alegre febre...

No hay comentarios:

Publicar un comentario